terça-feira, 16 de julho de 2013

BRASILEIRA DESENVOLVE TÉCNICA PARA DESCONTAMINAR ÁGUA COM CASCAS DE BANANA.

A casca de banana pode ser um dos resíduos mais promissores no processo de despoluição da água contaminada por efluentes radioativos, de acordo com uma pesquisa desenvolvida pela química brasileira Milena Boniolo, especialista no tratamento de águas residuais.
Para além de ser uma alternativa à luta contra a superlotação dos aterros, a utilização da casca da banana para livrar a água de metais pesados é uma das opções mais viáveis e baratas para as indústrias brasileiras.
Milena Boniolo, que publicou esta teoria na sua tese de mestrado, está agora procurando pequenas empresas dispostas a aplicar esta técnica.
“Esta foi uma descoberta que eu fiz numa época em que trabalhava no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares. Numa das minhas experiências fiz uma farofa de casca de banana e percebi que, ao jogá-la na água, ela atraia para si os metais pesados presentes neste recurso”, explicou Boniolo.
“Fiquei tão fascinada com a descoberta que foi este o tema do meu mestrado. Ao investigar melhor o fenómeno, descobri que a reacção química acontecia porque a casca da banana possui moléculas de carga negativa que atraem para si substâncias carregadas positivamente, como os metais pesados”, continuou a química de São Paulo.
A pesquisadora chegou à casca de banana por acaso. “Soube que, na Índia, utilizavam a palha do arroz – um alimento muito comum no Paíspara remover o corante da água. Depois, tentei perceber qual a comida que não é aproveitada a 100% no meu País e que poderia ser usada na descontaminação da água. Então, vi na TV uma reportagem sobre o desperdício de alimentos, com dados de 2008, que dizia que quatro toneladas de banana eram atiradas ao lixo na Grande São Paulo. Era a solução sustentável que eu procurava”, revelou Boniolo.
O processo é simples:
Para potencializar as propriedades da casca da banana é preciso deixá-la exposta ao sol por dias e, em seguida, triturá-la e peneirá-la. A farofa que se forma é colocada na água para atrair para si os metais pesados. O foco do meu estudo foi o urânio, que entre os objetivos do Ipen estão as pesquisas nucleares, mas a casca de banana também é capaz de atrair da água outros metais pesados que impactam a saúde humana e o meio ambiente, como o cádmio, o níquel e o chumbo.

Fonte: http://blog.institutobrookfield.org.br/index.php/2013/02/casca-de-banana-pode-despoluir-agua/

quarta-feira, 12 de junho de 2013

COMPOSTAGEM



A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) prevê algumas metas importantes para minimizar problemas ambientais, sociais e econômicos provocados pelo manejo inadequado do lixo. O fechamento de lixões e a construção ou a modernização de aterros são medidas do Estado que podem melhorar a relação do brasileiro com seu lixo. No entanto, algumas mudanças de hábitos também são contribuições importantes para o meio ambiente.
Quando o lixo é destinado de maneira incorreta e fica a céu aberto, pode ocorrer contaminação de lençóis freáticos com chorume, emissão de gases do efeito estufa (que causam seu desequilíbrio), como o gás metano (CH4 - 20 vezes mais prejudicial na atmosfera do que o CO2) e ainda atrai insetos e animais, que podem transmitir doenças ao homem. Uma grande parcela do volume de resíduos produzido anualmente no país é lixo orgânico, que poderia ter um destino muito mais correto do que um lixão.
A compostagem é uma das saídas para solucionar esse problema.
Pensando nisso o pesquisador mineiro Lázaro Sebastião Roberto desenvolveu e patenteou o processo que utiliza enzimas extraídas de algas, catalizadores e minerais para realizar a compostagem em poucas horas.
O produto final da compostagem, de acordo com Roberto, depende da composição dos resíduos usados. Um exemplo de aplicação dessa técnica pode ser observado no telhado verde do Shopping Eldorado, em São Paulo, onde o sistema foi adequado para realizar a compostagem de restos de alimentos e resíduos de cozinha em pequenos ambientes, e em lugares fechados.
A cidade mineira de Mariana também adotou o sistema de compostagem. Lá são processadas 20 toneladas de resíduos orgânicos todos os dias, número que representa 50% de tudo que é coletado diariamente na cidade. O biofertilizante resultante é usado para recuperar áreas degradadas e nas lavouras.
Já na cidade de Patrocínio, em São Paulo, o lixo orgânico proveniente da indústria de cerâmica é transformado em biomassa que é utilizado na própria indústria.
Roberto teve a ideia quando trabalhava na indústria de mineração desenvolvendo processos de limpeza de gemas. Ao procurar resolver os problemas causados pelos subprodutos da limpeza, chegou à solução que hoje é o processo de compostagem rápida.
De acordo com o pesquisador, o intuito é fechar o “ciclo dos resíduos”, ao dar um fim apropriado à boa parte dos resíduos gerados pelas pessoas e empresas.
Fonte: Revista Sustentabilidade.

sábado, 8 de junho de 2013

BRASIL ESTUDA GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA A PARTIR DOS RSU

A tecnologia pode reduzir os impactos ambientais dos aterros sanitários, principal forma de tratamento utilizada no Brasil.
Representantes do governo federal e do setor privado se reuniram no dia 16.05, em São Paulo (SP), para debater a viabilidade técnica e econômica da implantação de uma usina de geração de energia elétrica a partir da incineração de resíduos sólidos urbanos – tecnologia conhecida como mass burning.
As discussões foram baseadas em dados iniciais de um estudo contratado pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), que mostra como esse tipo de tecnologia é usado em outros países, o possível modelo de negócio nacional e o arcabouço legal necessário.
Um dos pontos cruciais do debate é o custo de instalação e manutenção do empreendimento. “Uma usina como essa tem capacidade para, através da incineração, converter os resíduos em vapor, por onde é gerada a energia elétrica. Além disso, ela opera com filtros destinados ao tratamento dos gases efluentes da combustão, antes que eles sejam dispersos na atmosfera. Segundo o estudo, realizado pela Proema Engenharia e Serviços Ltda, toda a estrutura envolve um investimento estimado em 140 milhões de euros, além do custo de manutenção, que pode ficar em 29 milhões por ano”, conta Junia Motta, coordenadora da Área de Química da ABDI.
Por outro lado, frente aos altos custos desse tipo de recuperação energética estão os impactos ambientais dos aterros sanitários, principal forma de tratamento utilizada no Brasil e que envolve alto risco de contaminação do solo no longo prazo. “O grande destaque do projeto que estamos desenvolvendo aqui é a definição de um modelo técnico-econômico que torne viável a instalação de uma usina de mass burning no Brasil. Por meio do estudo e da colaboração de diversas instâncias envolvidas, estamos adequando esse objetivo à realidade do país e, com isso, tornando-o possível”, afirma o gerente de projetos da ABDI, Miguel Nery.
A versão final do documento deve ser apresentada em julho, mas empresas como Braskem, Foz do Brasil/Odebrecht, Foxx e Proema já estão inseridas no debate e participaram do encontro. Também estiveram presentes representantes do Instituto Sócio-Ambiental dos Plásticos (Plastivida), da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) e da Associação Brasileira de Resíduos Sólidos e Limpeza Pública (ABLP).
Entre os dados mostrados no evento está o crescente uso do mass burning em países como Estados Unidos, Portugal, Inglaterra, França e, principalmente, Alemanha. “Vemos que essas nações promovem cada vez mais a incineração, ainda que também realizem outros tipos de tratamento de resíduos, como reciclagem, compostagem e aterros sanitários. A Alemanha se destaca por promover os mass burning desde 1965 – em 2009, o país já tinha cerca de 70 usinas – e por já não possuir aterros, seguindo a diretriz da Comissão Europeia de eliminar todos os aterros sanitários até 2020”, descreve Maria Helena Orth, diretora da Proema.
* Publicado originalmente no site CicloVivo.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO



Como tudo começa no município, uma das maiores preocupações que os gestores municipais deverão ter com relação às suas comunidades deverá ser a de garantir o acesso de toda sua população aos serviços de saneamento básico através da implantação da Lei 11.445/2007 - Plano de Saneamento Básico Participativo. Segundo a lei o Plano deverá abranger toda a área do município (urbana e rural) e abordar os quatro componentes do saneamento básico (abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, e drenagem e o manejo das águas pluviais urbanas). Cabe exclusivamente ao município formular a Política Pública e elaborar o Plano Municipal de Saneamento Básico. A existência do Plano, por sua vez, será condição de acesso aos recursos do Governo Federal para saneamento básico a partir de 2014.
O saneamento básico é definido pela como o conjunto dos serviços, infraestruturas e instalações operacionais de abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e manejo de águas pluviais e drenagem urbana. A relação entre esses serviços é muito grande: o esgoto sanitário sem tratamento e disposição adequada contamina corpos d’água (rios, riachos, lagos, entre outros); depósitos de resíduos sólidos em locais e condições inadequadas podem contaminar as áreas de mananciais, prejudicar a captação e demais usos da água, favorecer a ocorrência de enchentes por obstruir as redes de drenagem, além de promover a proliferação de vetores; as inundações, por sua vez, podem interromper o funcionamento do sistema de abastecimento de água, acarretar a disseminação de doenças e desalojar famílias.
A melhoria das condições do saneamento básico tem também impactos diretos na promoção da saúde humana e na qualidade de vida. Comprovadamente a adequada coleta de esgotos domésticos reduz a ocorrência de diarréias e infecções intestinais causadas por parasitas. Por essas razões a política pública de saneamento básico deve prever a gestão integrada dos seus quatro componentes. Vale destacar que o saneamento é um direito essencial à vida, à moradia digna, à saúde, à cidade e ao meio ambiente equilibrado. Direito que deve ser exercido com transparência e controle social.
Mas esta obrigação não recai apenas nos municípios, pois a Constituição Federal estabelece como competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios a promoção de “programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico”, ou seja, essas responsabilidades são compartilhadas entre as três esferas de governo, sendo necessária e desejável a ação conjunta para que os serviços atendam a toda a população.
Com tudo isso faremos a nossa parte como cidadãos: exigir ações do Poder Público, fiscalizar e contribuir com Plano, pois os maiores beneficiados seremos nós mesmos.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

ENCONTRO NACIONAL DOS PREFEITOS PROMOVE OFICINAS DE SUSTENTABILIDADE

O encontro tem como tema Municípios Fortes, Brasil Sustentável
Foto: Tercio Cappelo
Os novos prefeitos e prefeitas que participaram do Encontro Nacional em Brasília, na segunda-feira, 28 de janeiro, e que segue até hoje, quarta-feira (30), puderam contar com uma equipe técnica do Ministério do Meio Ambiente (MMA) para esclarecer dúvidas e obter informações sobre os programas e políticas do órgão.
O encontro tem como tema Municípios Fortes, Brasil Sustentável, cujo objetivo é auxiliar os novos gestores a executarem programas e ações federais com foco no desenvolvimento sustentável.
A partir da segunda-feira, todos os secretários do Ministério do Meio Ambiente, além dos presidentes do Ibama, da Agência Nacional das Águas, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade e do diretor-geral do Serviço Florestal Brasileiro, estiveram disponíveis na sala de atendimento do MMA para conversar com os prefeitos e prefeitas.
Entre as ações e programas divulgados, destacam-se a Política Nacional de Resíduos Sólidos, o Bolsa Verde, o Cadastro Ambiental Rural e a Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P).


Oficinas para os gestores

Serão ministradas, no âmbito do Ministério do Meio Ambiente, quatro oficinas direcionadas aos gestores municipais, todas na quarta-feira (30). A primeira delas, que está inserida no eixo Desenvolvimento Ambiental e Urbano, será sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).
A política prevê uma nova forma de tratar os resíduos sólidos no país, incentivando a reciclagem e a sustentabilidade em todas as esferas. A oficina técnica vai subsidiar os prefeitos e prefeitas sobre as atitudes que devem ser tomadas em nível municipal.
Será também realizada a oficina sobre o Cadastro Ambiental Rural (CAR). Os novos gestores poderão se informar sobre a regularização dos 5,2 milhões de imóveis rurais. A oficina sobre o Atlas de Abastecimento Urbano de Água ficará a cargo da Agência Nacional de Águas (ANA).
A última oficina será sobre a Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P), programa que estimula a prática de ações que envolvam mudanças de atitudes nas atividades públicas. Os participantes serão orientados sobre os eixos temáticos do programa. O ministério também preparou material que será entregue a todos os gestores sobre os temas citados, ressaltando a importância das ações e orientado sobre a implantação dos serviços.
O Encontro Nacional com Novos Prefeitos e Prefeitas é coordenado pela Secretaria de Relações Institucionais da Presidência e reúne ministérios e órgãos do governo federal para apresentarem suas políticas, divididas em quatro eixos: desenvolvimento social, desenvolvimento econômico, desenvolvimento ambiental e urbano, e participação social e cidadania.

(Por Ministério do Meio Ambiente)