quinta-feira, 21 de junho de 2012

E A QUESTÃO URBANA???


Parece que a versão que está circulando do texto final da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável – Rio+20 - agregou um pouco mais de conteúdo sobre a questão urbana em comparação com o texto base lançado lá em janeiro passado, que tocava no tema apenas em um ponto, lá no artigo 62, enunciando "a necessidade de integrar a política de desenvolvimento urbano sustentável como componente fundamental de uma política nacional de desenvolvimento sustentável."
Mesmo assim, a formulação atual afirma a necessidade de planejar o desenvolvimento urbano  na direção de melhorar a qualidade dos assentamentos humanos, enfatizando o tema da mobilidade, da infraestrutura, entre outros, mas em nenhum momento estabelece qualquer tipo de meta ou estratégia para alcançar estes  desejos...
É fundamental lembrar que mais da metade da população mundial vive em cidades e que estas são uma das grandes responsáveis pela emissão de gases de efeito estufa, responsáveis pelas mudanças climáticas. Será a população urbana, residente em grandes cidades, especialmente no litoral e nas margens de rios, a mais afetada por desastres causados por estas mudanças. Foi pensando nisso que o C40, um grupo de prefeitos de grandes cidades de todo o mundo, resolveu construir um documento específico sobre as metas que as metrópoles devem atingir para reduzir a emissão de gases de efeito estufa e, assim, combater o aquecimento global. Entretanto, há uma diferença muito grande do que significa melhorar a qualidade ambiental e enfrentar as mudanças climáticas para os países ricos e para os países pobres.
Nas cidades dos países ricos do hemisfério norte, por exemplo, uma grande preocupação hoje é saber como diminuir o consumo de energia para aquecimento. Só que, para grande parte da população do mundo, o principal problema ambiental ainda é o saneamento: são cidades com baixas taxas de coleta de lixo, drenagem, rede de esgoto e de água. Podemos incluir neste ponto, também, a questão da moradia, já que não dá pra falar em moradia adequada se estas não possuem saneamento ambiental adequado.
Em países pobres, ainda, boa parte das moradias expostas a situações de vulnerabilidade a desastres, como enchentes e desabamentos, são assentamentos de baixa renda. Para esta população, as alternativas propostas  são, geralmente, as remoções, com  reassentamentos que  representam, na maioria das vezes, uma piora nas condições de vida, já que se livram das enchentes, por um lado, mas ficam sujeitas a viver em locais sem oportunidades de emprego, de desenvolvimento econômico, social, cultural, enfim, sem cidade...
Finalmente, de forma geral, me parece que a Rio+20 terá pouca incidência no processo de decisão sobre as políticas dos países. Países como o Brasil correm para estimular a indústria automobilística, em um movimento muito mais decisivo e forte em direção à insustentabilidade do que os vagos enunciados de compromisso com o transporte sustentável. E a questão urbana???

segunda-feira, 18 de junho de 2012

BASTA EDUCAÇÃO PARA ECONOMIZAR 30% DE ÁGUA E 50% DE ENERGIA NAS CIDADE, DIZ ONU

O PNUMA - Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente estima que economias na ordem de 30% de água e 50% de energia podem ser obtidas praticamente sem investimento algum. O "incentivo às mudanças de comportamento”, diz a entidade, é suficiente para alcançar a maior parte destes objetivos.
“Sim, a educação”,disse um executivo da ONU durante o lançamento,  nesta segunda-feira (18.06), de uma iniciativa com o objetivo de reduzir os níveis de poluição, melhorar a eficiência de recursos e reduzir os custos de infraestrutura em cidades do planeta.
Intitulado Iniciativa Global para Cidades Eficientes no Uso de Recursos, o programa está aberto à participação de cidades com mais de 500 mil habitantes e espera receber a adesão de 200 metrópoles até 2015.
Estima-se que 80% da população mundial estará concentrada em cidades até 2050. Segundo projeções da ONU, essa nova onda de urbanização deve resultar em mais 3 bilhões de pessoas morando em cidades num período de apenas 80 anos, especialmente na África e na Ásia.
As áreas urbanas, que ocupam 3% da superfície da Terra, respondem por 50% de todo o lixo, geram de 60% a 80% de todas as emissões de gases de efeito estufa e consomem 75% dos recursos naturais.
Esta informação mostra a grande importância que a ONU dá ao princípio da "Educação" no que diz respeito a causa ambiental, uma iniciativa com um custo quase inexistente mas com um impacto muito grande no seu resultado final.
Fica a dica.